São João Crisóstomo 309-407 |
João
Crisóstomo foi um grande orador do seu tempo. Todos os escritos dizem que
multidões se juntavam ao redor do púlpito onde estivesse discursando. Tinha o
dom da oratória e muita cultura, uma soma muito valiosa para a pregação do
cristianismo.
João
nasceu no ano 309, em Antioquia, na Síria, Ásia Menor, procedente de família
muito rica considerada pela sociedade e pelo Estado. Seu pai era comandante de
tropas imperiais no Oriente, um cargo que cedo causou sua morte. Mas a sua mãe,
Antusa, piedosa e caridosa, agora santa, providenciou para o filho ser educado
pelos maiores mestres do seu tempo, tanto científicos quanto religiosos, não
prejudicando sua formação.
O
menino, desde pequeno, já demonstrava a vocação religiosa, grande inteligência
e dons especias. Só não se tornou eremita no deserto por insistência da mãe.
Mas, depois que ela morreu, já conhecido pela sabedoria, prudência e pela
oratória eloqüente, foi viver na companhia de um monge no deserto durante
quatro anos. Passou mais dois retirado numa gruta sozinho, estudando as
Sagradas Escrituras e, então, considerou-se pronto. Voltou para Antioquia e
ordenou-se sacerdote.
Sua
cidade vivia a efervescência de uma revolta contra o imperador Teodósio I. O
povo quebrava estátuas do imperador e de membros de sua família. Teodósio, em
troca, agia ferozmente contra tudo e contra todos. Membros do senado estavam
presos, famílias inteiras tinham fugido e o povo só encontrava consolo nos
discursos e pregações de João, chamado por eles de Crisóstomo, isto é,:
"boca de ouro". Tanto que foi o incumbido de dar à população a
notícia do perdão imperial.
Alguns
anos se passaram, a fama do santo só crescia e, quando morreu o bispo de
Constantinopla, João foi eleito para sucedê-lo. Constantinopla era a grande
capital do Império Romano, que havia transferido o centro da economia e cultura
do mundo de então para a Ásia Menor. Entretanto para João era apenas um local
onde o clero estava mais preocupado com os poderes e luxos terrenos do que os
espirituais. Lá reinavam a ambição, a avareza, a política e a corrupção moral.
Como bispo, abandonou, então, os discursos e dispôs-se a enfrentar a luta e,
como conseqüência, a perseguição.
Arrumou
inimigos tanto entre o clero quanto na Corte. Todos, liderados pela imperatriz
Eudóxia, conseguiram tirar João Crisóstomo do cargo, que foi condenado ao
exílio. Mas essa expulsão da cidade provocou revolta tão intensa na população
que o bispo foi trazido de volta para reassumir seu cargo. Entretanto, dois
meses depois, foi exilado pela segunda vez. Agora, já com a saúde muito
debilitada, ele não resistiu e morreu. Era 14 de setembro de 407.
Sua
honra só foi limpa quando morreu a família imperial e voltou a paz entre o
clero na Igreja. O papa ordenou o restabelecimento de sua memória. O corpo de
João Crisóstomo foi trazido de volta a Constantinopla em 438, num longo cortejo
em procissão solene. Mais tarde, suas relíquias foram trasladadas para Roma,
onde repousam no Vaticano. Dos seus numerosos escritos destacasse o pequeno
livro "Sobre o sacerdócio", um clássico da espiritualidade monástica.
São João Crisóstomo é venerado um dia antes da data de sua morte, em 13 de
setembro, com o título de doutor da Igreja, sendo considerado um modelo para os
oradores clérigos.
Com
informações Paulinas On line
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