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Cerca
de 44% dos estudantes das universidades federais são das classes C, D e E. O
percentual de alunos de baixa renda é maior nas instituições de ensino das
regiões Norte (69%) e Nordeste (52%) e menor no Sul (33%). É o que mostra
pesquisa da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de
Ensino Superior (Andifes), divulgada ontem em Brasília, sobre o perfil dos
estudantes das universidades federais.
Para
a Andifes, o resultado do estudo, que teve como base 22 mil alunos de cursos
presenciais, desmistifica a ideia de que a maioria dos estudantes das federais
é de famílias ricas. Os dados mostram, entretanto, que o percentual de alunos
das classes mais baixas permaneceu estável em relação a outras pesquisas feitas
pela entidade em 1997 e 2003.
Segundo
o presidente da Andifes, João Luiz Martins, as políticas afirmativas e a
expansão das vagas nas federais mudaram consideravelmente o perfil do
estudante. A associação avalia que se não houvesse as políticas afirmativas, o
atendimento aos alunos de baixa renda nessas instituições teria diminuído no
período.
Martins
destaca que se forem considerados os estudantes com renda familiar até cinco
salários mínimos (R$ 2.550), o percentual nesse grupo chega a 67%. Esse é o
público que deveria ser atendido – em menor ou maior grau – por políticas de
assistência estudantil. A entidade defende um aumento dos recursos para
garantir a permanência do aluno de baixa renda na universidade. “Em uma família
com renda até cinco salários mínimos, com três ou quatro dependentes, a fixação
do estudante na universidade é um problema sério”, diz Martins, que é reitor da
Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop).
O
estudo identifica que 2,5% dos alunos moram em residência estudantil. Cerca de
15% são beneficiários de programas que custeiam total ou parcialmente a
alimentação e um em cada dez recebe bolsa de permanência.
Os
reitores destacam que a inclusão dos estudantes das famílias mais pobres não é
a mesma em todos os cursos. Áreas mais concorridas como Medicina, Direito e as
engenharias ainda recebem poucos alunos com esse perfil. Cerca de 12% das
matrículas nas federais são trancadas pelos alunos e, para a associação, a
evasão está relacionada em grande parte à questão financeira.
“Em
outras parte do mundo, a preocupação do reitor é com a qualidade do ensino e
com a pesquisa. Mas aqui, além de se preocupar com um bom ensino, ele também
tem que se preocupar com a questão social”, compara Álvaro Prata, reitor da
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Para
2012, a
Andifes reivindicou ao Ministério da Educação (MEC) que dobre os recursos
destinados à assistência estudantil. A previsão é que a verba seja ampliada dos
atuais R$ 413 milhões para R$ 520 milhões, segundo a entidade.
“Com
a política de cotas e a expansão da UnB para as cidades satélites, houve um
aumento muito grande da necessidade de políticas de assistência estudantil. Mas
isso é secundário para o governo e a própria administração da universidade.
Muitas vezes, eles acham que têm que trabalhar para ter mais sala de aula, mas
não há o restaurante universitário”, observa a representante do Diretório
Central dos Estudantes da UnB, Mel Gallo.
O
estudo Perfil Socioeconômico e Cultural dos Estudantes de Graduação das
Universidades Federais Brasileiras ouviu 19.691 alunos em todo o País, entre
outubro e dezembro de 2010.
NÚMEROS
67%
DOS ALUNOS DAS FEDERAIS têm renda famíliar de até cinco salários mínimos
(R$
2.550)
56%
DOS ALUNOS DAS FEDERAIS recorrem a meios de transporte público para ir e voltar
das aulas
53,5
DAS VAGAS nas universidades federais são ocupadas por alunas mulheres
55,5
DOS ALUNOS DAS FEDERAIS moram na casa dos pais
44,8
DOS ALUNOS DAS FEDERAIS fizeram o ensino médio em escolas públicas
Com informações Agência Brasil
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