Lula ao lado de D. Marisa e fundadores do Instituto - foto: Ricardo Stuckert |
Foi criado ontem o Instituto Lula, entidade, suprapartidária, sem fins lucrativos e será independente de estados, partidos políticos ou organizações religiosas. No seu estatuto social estão previstas atividades como a realização de congressos, debates, cursos, pesquisas e convênios, além da publicação de estudos e da manutenção e disponibilização do acervo de Lula.
“O ex-presidente Lula é uma pessoa que tem atitude, e essa atitude tem feito diferença no Brasil e talvez possa fazer diferença em outros lugares do mundo”, afirmou Paulo Okamotto, eleito diretor-presidente do novo instituto.
Lula será
o presidente de honra da nova entidade. Na diretoria estarão Clara Ant,
arquiteta e ex-deputada federal; Luiz Dulci, ex-ministro da Secretaria-Geral da
Presidência da República; José de Filippi Júnior, deputado federal; e Paulo
Vannuchi, ex-ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos.
De acordo com Lula, não é
possível parar de trabalhar após ter atuado oito anos como presidente e de ter
conseguido os resultados que obteve. “Fico pensando se é justo parar por aqui
ou se devemos levar o acúmulo de experiência que adquirimos para ajudar outros
lugares”, afirmou.
O exercício pleno da
democracia e a inclusão social aliada ao desenvolvimento econômico estão entre
as principais realizações do Governo Lula que o instituto pretende estimular em
outros países.
“Em todos os debates que
participo as pessoas querem saber o que nós fizemos para ter 40 milhões de
pessoas ascendendo de classe social e para tirar 28 milhões de pessoas da
miséria absoluta”, relatou o ex-presidente. “Está provado que um outro mundo é
possível, e eu acho que se pode radicalizar mais e fazer mais coisas em menos
tempo ainda”.
A estratégia que será
adotada pelo instituto, segundo o ex-presidente, é de se aproximar dos outros
países como parceiros, sem apresentar uma “cartilha” pronta. “Não podemos
entrar na África de forma predatória, sem gerar emprego, sem gerar renda. Os
brasileiros precisam ter um comportamento sadio, produtivo”, afirmou.
A construção de um museu
para contar a história do Brasil a partir da experiência dos movimentos sociais
também será uma tarefa do instituto. Com o nome de Memorial da Democracia, sua
concepção deverá ser baseada no Museu da Língua Portuguesa e no Museu do
Futebol.
Durante a reunião, o
economista Pedro Paulo Martoni Branco fez uma retrospectiva da trajetória do
Instituto Cidadania, criado em 1990 por Lula em conjunto com acadêmicos,
sindicalistas e participantes de movimentos sociais para atuar na elaboração de
projetos e políticas públicas para o fortalecimento do Brasil.
A instituição foi o
espaço onde Lula debateu e elaborou com toda a sociedade propostas de políticas
públicas antes de ser eleito presidente em 2002. Entre outras realizações, o
instituto promoveu, na década de 1990, o Governo Paralelo e
as Caravanas da
Cidadania.
No Instituto Cidadania
também foram criados projetos que balizaram
políticas públicas aplicadas pelo governo Lula. O Projeto Moradia inspirou
a criação do Ministério das Cidades, do Conselho Nacional das Cidades e de
programas habitacionais e de saneamento básico. O Projeto
Segurança Pública deu fundamento ao Sistema Único de Segurança
Pública, articulado pelo Ministério da Justiça. O Projeto
Energia Elétrica concebeu as bases gerais do programa energético nacional.
O Projeto
Reforma Política, apresentado à Comissão Especial de Reforma Política da
Câmara dos Deputados, forneceu subsídios valiosos para a proposta que tramita
no Legislativo. O Projeto Fome Zero deu
origem ao programa federal de segurança alimentar e combate à fome hoje
distribuído por vários ministérios e aglutinado no Bolsa Família.
Confira a relação dos 38
sócios-fundadores do Instituto Lula:
Luiz Inácio Lula da Silva,
Marisa Letícia Lula da Silva, Alberto Ercílio Broch, Aloizio Mercadante Oliva,
Arlindo Chinaglia, Artur Henrique da Silva Santos, Celso Amorin, Clara Ant,
Devanir Ribeiro, Donizete Fernandes, Elisângela dos Santos Araújo, Flávio Jorge
Rodrigues da Silva, Francisco Menezes, Franklin Martins, João Antônio
Felício, José Alberto de Camargo, José de Filippi Jr, Juvândia Moreira,
Lindenberg Farias, Luís Henrique da Silva, Luiz Soares Dulci, Márcia Helena
Carvalho Lopes, Márcio Thomaz Bastos, Maria Victória Benevides, Marilena Chaui,
Miguel Jorge, Nilcéa Freire, Ottoni Fernandes Jr, Paulo Tarciso Okamotto, Paulo
Vanucchi, Pedro Paulo Martoni Branco, Roberto Teixeira, Rui Falcão, Sérgio
Nobre, Sérgio Resende, Severine Macedo, Walfrido dos Mares Guia, e Wander Bueno
do Prado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
A Administração do Blog de Altaneira recomenda:
Leia a postagem antes de comentar;
É livre a manifestação do pensamento desde que não abuse ou desvirtuem os objetivos do Blog.