Claudiana Martins estuda na UFC após cursar o ensino médio em escola pública - foto Sara Maia |
O
vestibular da Universidade Federal do Ceará, acontecido ano passado pela
primeira vez aos moldes do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), abriu as portas
do ensino superior público a muitos interioranos do Estado. Em 2011, 151
municípios cearenses aprovaram estudantes pela UFC. O salto, identificado pela
reitoria este ano, aponta tendências expansionistas e significa boa notícia
para o reitor Jesualdo Faria. “O Sisu democratiza o vestibular e a expansão da
UFC pelo Interior também é responsável pela mudança. Estes resultados nos
deixam bastante felizes”, declara.
Em
consonância com as boas novas aportadas pelo derradeiro concurso, saiu o
resultado de pesquisa nacional realizada em 2009.2 pela Associação Nacional dos
Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) cuja
participação da instituição também traz novidade. Os números são comemorativos.
63,5% dos universitários federais no Ceará têm renda familiar igual ou inferior
a R$ 2.656. Apesar de a maioria dos estudantes virem de famílias não tão
abastadas, 65% fizeram ensino médio em escola particular.
Não
é o caso da Claudiana Martins. Aos 23 anos, essa cearense de Apuiarés,
município a 119
quilômetros da Capital, cursa o terceiro semestre em
pedagogia na UFC – antes disso, foi aluna de escola pública. O Programa de
Educação em Células (Prece) foi quem fez o link entre Apuiarés e o ensino
superior. O Prece é projeto de extensão da própria UFC, os universitários
participantes viajam as cidades interioranas do Ceará para preparar os
vestibulandos estado afora. “Não fossem eles, eu não pensaria na universidade”,
admite a estudante.
Aos
finais de semana, Claudiana devolve os conhecimentos a jovens como ela. Volta
para casa em ônibus da Secretaria da Educação do Estado e conversa com os novos
vestibulandos, agora voltados para as artimanhas do Exame Nacional do Ensino
Médio, o Enem. “Depois da formatura, quero voltar pra casa. Ensinar no
Interior. A vida é mais calma e quero devolver o que recebi”.
“Com
a expansão - sobretudo pelo interior - era esperado pela reitoria. Sempre se
dizia o contrário por aí, mas o que ainda acontece são os cursos historicamente
ocupados por alunos da escola particular. Medicina é o mais conhecido”,
complementa Jesualdo. O levantamento específico por curso está em andamento
pela reitoria. O perfil financeiro modesto dos estudantes universitários,
conforme o reitor, tende à ampliação: “Este ano, acredito, estamos em melhor
situação”.
C0m
informações O Povo Online
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