Santa Madre Paulina 1865-1942 |
Nessa época, começava a
emigração dos italianos, movida pela doença e carestia que assolava a região.
Foi o caso da família de Amábile, que em setembro de 1875 escolheu o Brasil e o
local onde muitos outros trentinos já haviam se estabelecido no estado de Santa
Catarina, em Nova Trento ,
na pequena localidade de Vigolo.
Assim que chegou, Amábile
conheceu Virgínia Rosa Nicolodi e tornaram-se grandes amigas. As duas se
confessam apaixonadas pelo Senhor Jesus e não era raro encontrá-las, juntas,
rezando fervorosamente. Fizeram a primeira comunhão no mesmo dia, quando
Amábile já tinha completado doze anos de idade.
Logo em seguida, o padre
Servanzi a iniciou no apostolado paroquial, encarregando-a da catequese das
crianças, da assistência aos doentes e da limpeza da capela de seu vilarejo,
Vigolo, dedicada a são Jorge. Mas mal sabia o padre que estaria confirmando a
vocação da jovem Amábile para o serviço do Senhor.
Amábile incluía, sempre,
Virgínia nas atividades para ampliar o campo de ação. Dedicava-se de corpo e
alma à caridade, servia consolando e ajudando os necessitados, os idosos, os
abandonados, os doentes e as crianças. As obras já eram reconhecidas e notadas
por todos, embora não soubesse que já se consagrava a Deus.
Com a permissão de seu
pai, Amábile construiu um pequeno casebre, num terreno doado por um barão,
próximo à capela, para lá rezar, cuidar dos doentes, instruir as crianças. A
primeira paciente foi uma mulher portadora de câncer terminal, a qual não tinha
quem lhe cuidasse. Era o dia 12 de julho de 1890, data considerada como o dia
da fundação da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, que iniciou
com Amábile e Virgínia atuando como enfermeiras.
Essa também foi a primeira
congregação religiosa feminina fundada em solo brasileiro, tendo sido aprovada
pelo bispo de Curitiba, em agosto 1895. Quatro meses depois, Amábile, Virgínia
e Teresa Anna Maule, outra jovem que se juntou a elas, fizeram os votos
religiosos; e Amábile recebeu o nome de irmã Paulina do Coração Agonizante de
Jesus. Também foi nomeada superiora, passando a ser chamada de madre Paulina.
A santidade e a vida
apostólica de madre Paulina e de suas irmãzinhas atraíram muitas vocações,
apesar da pobreza e das dificuldades em que viviam. Além do cuidado dos
doentes, das crianças órfãs, dos trabalhos da paróquia, trabalhavam também na
pequena indústria da seda para poderem sobreviver.
Em 1903, com o
reconhecimento de sua obra, madre Paulina foi convidada a transferir-se para São
Paulo. Fixando-se junto a uma capela no bairro do Ipiranga, iniciou a obra da
"Sagrada Família" para abrigar os ex-escravos e seus filhos depois da
abolição da escravatura, ocorrida em 1888. Em 1918, madre Paulina foi chamada à
Casa-geral, em São Paulo ,
com o reconhecimento de suas virtudes, para servir de exemplo às jovens
vocações da sua congregação. Nesse período, destacou-se pela oração constante e
pela caridosa e contínua assistência às irmãzinhas doentes.
Em 1938, acometida pelo
diabetes, iniciava um período de grande sofrimento, iniciando com a amputação
do braço direito, até a cegueira total. Madre Paulina morreu serenamente no dia
9 de julho de 1942, na Casa-geral de sua congregação, em São Paulo.
Ela foi beatificada pelo
papa João Paulo II em 1991, quando o papa visitou, oficialmente, o Brasil.
Depois, o mesmo pontífice canonizou-a em 2002, tornando-se, assim, a primeira
santa do Brasil.
Com informações Paulinas On line
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