O estudante de engenharia elétrica da Universidade Federal
de Goiás (UFG) Leonardo Lira, 20 anos, inventou um sistema para tratamento de
água que não usa energia elétrica, não emite gás carbônico e retira material
que pode poluir o meio ambiente. De baixo custo, o sistema pode ser utilizado
por comunidades carentes sem acesso a saneamento básico.
Com cinco tábuas de compensado revestidas de papel-alumínio,
Leonardo fez uma caixa sem tampa de aproximadamente um metro quadrado com as
paredes abertas e inclinadas, uma espécie de concentrador que recebe luz do
sol.
No interior da caixa, o estudante depositou quatro garrafas
PET transparentes com capacidade para dois litros, cada, onde armazena a água
para tratamento por três a seis horas. A água chega a atingir uma temperatura
de 70 graus Celsius (30 graus a menos do que a temperatura de fervura), e,
aquecida, elimina bactérias, vírus e substâncias que fazem mal à saúde humana.
Para testar o concentrador solar, Leonardo fez três séries
de amostras de água de cinco residências que não recebem água encanada e
tratada. O líquido foi pré-analisado pela Saneamento de Goiás S/A (companhia de
saneamento do estado), que descreveu as impurezas e quantificou em tabela a
ocorrência de coliformes fecais e de organismos como o rotavírus. Nos testes,
após três horas no concentrador, eles foram eliminados. A água pôde ser bebida
depois de esfriar naturalmente em jarra própria.
“Nosso foco era gastar o mínimo de energia possível sem
passar por fervura, e, assim, não precisar de gás e evitar a emissão de
poluentes”, comemora o futuro engenheiro que apresenta o seu trabalho na
Expotec, a feira de ciência, tecnologia e inovação que está aberta durante a
63ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que
ocorre em Goiânia (GO).
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