A Parada pela Diversidade Sexual
em Fortaleza – foto Edimar Soares
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Cerca de um milhão e
duzentas mil pessoas prestigiavam o evento de ontem. O trio da Atrac era um dos
seis que desfilaram – o público viu ainda o carro do Grupo de Resistência Asa
Branca (Grab), um da Coordenadoria Estadual LGBT, o trenzinho do projeto Arte
de Amar e dois trios de boates.
“A parada é irreverente também, mas nosso
objetivo é que ela seja um evento de visibilidade, que as bandeiras das lutas
sejam mais visíveis”, frisou Francisco Pedrosa, presidente do Grab. E lembrou:
o tema deste ano é Unidos e unidas somos mais fortes, pela aprovação do PLC
122/2006 Já!.
Segundo o Grupo de Resistência Asa Branca, que organiza a Parada
pela Diversidade Sexual desde a sua primeira edição, só em 2010 foram
assassinados 260 lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais no Brasil,
em crimes motivados pela orientação sexual ou identidade de gênero das vítimas.
O PLC 122 versa sobre a
criminalização da homofobia, fazendo dela crime assim como o racismo. Além da
festa, a parada é também um ato político. “Ah, eu acho que é tudo: festa, pra
dizer que a gente é homossexual”, englobou Michelle Victor, 32. Cabeleireira,
ela se traveste de dia e de noite, coragem que nem todo mundo tem. “Olha, eu
fico indignada com quem discrimina a gente”, lamentou Suelle Victória, 29.
“Alguns amigos meus queriam vir montado, mas foram influenciados por outros”. Já
Michelle trocou a Parada de São Paulo por Fortaleza, que neste 2011
aconteceram, por coincidência, no mesmo dia. “Lá é mais gente, mais homem. Mas
eu estou adorando porque gosto mesmo do babado”.
Pouco à frente dela, um
rapaz magrinho se abaixava e protegia os cabelos. “Ai minha escova!”. Do outro
lado, uma fileira de homens e mulheres de branco e rosas na mão: com elas
jogavam água de cheiro nos passantes. “A água é para abrir os caminhos de todos
aqueles que estão aqui”, explicou Emerson Caetano, umbandista. Este é o Ano
Internacional dos Afro Descendentes, e por isso o convite. Aliás, não só: “Na
umbanda, não tem preconceito. Somos humanos antes de sermos brancos, pretos,
gays, heteros, baixos ou altos. Não vai ser eu que vou julgar”, explicou a Mãe
Índia, responsável pela casa Cabocla Jurema, no bairro Itaperi. Do alto do trio
elétrico da Atrac, a mestre de cerimônia gritava: “Um beijo no coração da
cidade, enfim, de um modo geral”.
A Parada pela Diversidade
Sexual acontece sempre no último domingo de junho, pela proximidade com o dia
28, Dia Mundial da Consciência Homossexual. A data foi motivada pela reação de
um grupo norte-americanos de homossexuais contra a violência, no episódio
conhecido como Levante de Stone Wall. Isso aconteceu há 42 anos.
Com informações O Povo Online
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