21 de junho de 2011

Dia do Município do Crato

Rua João Pessoa, na década de 20  - foto do Acervo de Antônio Vicelmo
O Crato comemora, hoje, 247 anos de emancipação política. Ontem, ao meio-dia, o Prefeito Samuel Araripe (PSDB) participou do quadro "Meu Bairro na TV", na TV Verdes Mares Cariri, quando foram abordados assuntos sobre o Centro da cidade. 

O líder empresarial Geraldo Pinheiro Lima, vice-presidente da Federação Estadual do Comércio, representou os comerciantes na entrevista.

O programa destacou os problemas enfrentados pelos moradores do Centro da cidade. Como desafio, o local apresenta o crescimento do comércio e a obstrução de algumas ruas de acesso aos bairros Pimenta, Lameiro e Granjeiro. O prefeito destacou o recapeamento das ruas com asfalto, tendo em vista a realização da Expocrato, evento agropecuário e social, que acontecerá de 10 a 17 de julho.

Também foi abordado o problema do trânsito próximo ao canal do Rio Granjeiro, que passa por obras de reconstrução. O prefeito disse que falou com o Governo do Estado, para liberar, ao menos, uma das vias que estão interrompidas, para desafogar o trânsito no trecho. O empresário Geraldo Pinheiro também reclamou da desorganização do fluxo de veículos nas ruas centrais do Município. Ele pediu soluções.

Samuel Araripe garantiu a implantação da Zona Azul no Centro da cidade, após a realização da Expocrato.
O Apresentador Paulo Ernesto Arrais, o Prefeito Samuel 
Araripe e o empresário Geraldo Pinheiro no estúdio 
da TV Verdes Mares Cariri - foto Elizângela Santos
A programação de aniversário do Crato será encerrada hoje, com uma concentração cívico-militar na Praça da Sé, onde nasceu a cidade do Crato, seguida de hasteamento das bandeiras, prova ciclística 21 de Junho, missa de ação de graças e encerramento da Copa 21de Junho, com jogos de futebol de salão, na quadra Bicentenário.

Com120 mil habitantes, Crato é a segunda cidade mais importante do Cariri, depois de Juazeiro do Norte. Está em um entroncamento rodoviário que lhe interliga ao Piauí, Paraíba e Pernambuco, além da Capital do Ceará. Suas origens remontam a tempos remotos, quando se estabeleceram na região os Índios Kiriris e depois os Cariris.

Colonização

Os primeiros colonizadores brancos teriam sido os agentes da Casa da Torre (Bahia), seguidos de pernambucanos e sergipanos, ocupando terras localizadas no Riacho dos Porcos (Brejo dos Santos), no extremo sul da Capitania do Ceará.

Na primeira década do Século XVIII, ou precisamente, nos anos de 1702 a 1704, tem-se como primeiro cessionário de terras no Cariri o sesmeiro potiguar, Manuel Rodrigues Ayrosa. Sua posse situava-se na gleba São José, no vale denominado de Lagoa do Ayrosa, entre as cidades que, posteriormente, se denominariam de Crato e Juazeiro (Sítio São José).

A partir de 1714, quando os investidores pernambucanos e baianos iniciam suas investidas, formando contingentes mais numerosos, o imenso Vale do Cariri passa por sucessivas divisões, em povoamento rápido e altamente produtivo.

Por volta de 1750, chegou à região, o primeiro engenho, vindo de Pernambuco, e a atividade pastoril, que era a principal preocupação dos moradores do lugar, foi substituída pela cultura e o beneficiamento da cana de açúcar.

O fato determinou o surgimento da aristocracia rural do Cariri, tendo como núcleo o "Brejo Grande", onde hoje está a cidade de Crato, e que se estendia pelos territórios dos atuais Municípios de Barbalha, Jardim, Missão Velha, Caririaçu, Juazeiro do Norte, Farias Brito, Santana do Cariri e Milagres.

Fatos históricos

Ao longo dessa sua existência de mais de dois séculos, Crato testemunhou alguns dos episódios mais importantes para a história do Ceará. Em 1817, um dos seus filhos mais ilustres, o então jovem subdiácono da Paróquia, padre José Martiniano de Alencar, na hora do sermão, fez a leitura do manifesto de José Luís de Mendonça, aderindo ao movimento revolucionário iniciado em Pernambuco.

Acompanhado de seu irmão, Tristão Gonçalves, encontrou em Jardim, a 5 de maio de 1817, o apoio de seu tio Leonel Pereira de Alencar, e partiram, cheios de entusiasmo, para fazer a Revolução em terras do Ceará.

Durou pouco o seu sonho. Sob o comando do capitão-mor José Pereira Filgueiras, as forças fiéis ao governo da época sufocaram a rebelião. Algemados, os irmãos José Martiniano de Alencar e Tristão Gonçalves, juntamente com a mãe, Bárbara de Alencar, foram enviados a Fortaleza, onde foram encarcerados e torturados.

Por Antônio Vicelmo – Repórter DN e Rádio Educadora do Cariri

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