O Brasil fez 25 anos em oito”. A afirmação é do professor e pesquisador do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (CPS-FGV), Marcelo Neri, responsável pela pesquisa Desigualdade de Renda na Década. O estudo constatou que desde o lançamento do Plano Real, em fevereiro de 1994, houve uma diminuição de 67,93% nos níveis de pobreza do Brasil. No Nordeste, a média salarial dos mais pobres subiu de R$ 278.52 para R$ 394.94 de 2001 para 2009, um aumento de 41,80%. “Estes números foram possíveis pela combinação de crescimento econômico e de medidas sociais. O crescimento dos 50% mais pobres foi a níveis chineses, enquanto os 10% mais ricos ficaram quase que estagnados”, analisa Neri.
Os números mostram que enquanto a renda dos mais pobres cresceu mais de 60%, os mais ricos cresceram apenas 10,3%, um aumento de 577% dos menos favorecidos em relação ao topo da pirâmide. “Estamos vivendo o menor nível de desigualdade em relação aos nossos níveis históricos. Porém, para os padrões internacionais, ainda são absurdamente altos. A boa notícia é que temos espaço para crescermos muito mais”, diz Neri.
Gênero, cor e lugares
Segundo Neri, os destaques no crescimento da renda se concentram exatamente naquelas camadas onde se estavam os menores salários: mulheres, negros e no Nordeste. O aumento dos ganhos por parte das mulheres foi de 38% contra 16% dos homens. Já os negros obtiveram um crescimento de 43% em seus salários, enquanto os brancos de 21%. Já os lugares considerados grandes concentradores de pobreza, como o Nordeste, a renda cresceu 42% contra 16% no Sudeste. O Estado mais pobre do país, Maranhão, obteve ganhos de 46% na renda dos mais pobres, enquanto São Paulo, o mais rico, os salários ganharam apenas 7,2%.
Pobreza absoluta
No mesmo dia a ministra de Desenvolvimento e Combate à Fome, Tereza Campello, anunciou que o Brasil tem 16,27 milhões de pessoas em situação de extrema pobreza, o que representa 8,5% da população. Com estes números em mãos, o Governo lançara nas próximas semanas o programa “Brasil sem Miséria”.
A região Nordeste concentra a maior parte dos extremamente pobres - 9,61 milhões de pessoas ou 59,1%. Destes, a maior parcela (56,4%) vive no campo, enquanto 43,6% estão em áreas urbanas. A região Sudeste tem 2,72 milhões de brasileiros em situação de miséria, seguido pelo Norte, com 2,65 milhões, pelo Sul (715,96 mil), e o Centro Oeste (557,44 mil). “Foi um grande período que vivemos nesta última década, onde 2/3 da pobreza encolheu. Porém agora teremos que enfrentar esta camada, que é mais difícil de atingir, que é a da pobreza absoluta”, alerta Neri.
Os programas sociais que beneficiam famílias pobres mas com renda superior a R$ 70 continuarão, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida. “Continuaremos com as ações de transferência de renda. Mas quando você vê o grau de fragilidade para os que vivem abaixo dessa faixa, justifica que a gente tenha um olhar especial”, disse a Ministra. A pesquisa mostrou que 4,8 milhões têm renda igual a zero, e 11,43 milhões possuem renda de R$ 1 a R$ 70.
Com informações O Povo Online
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