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10 de abril de 2011

U2 faz show marcante em São Paulo

Bono pede ao público que o acompanhe em uma canção Julia Chequer/R7

Em seu show de estreia da turnê 360º, em São Paulo, neste sábado (9), a banda prometeu muito e entregou tudo numa apresentação que é quase o limite ao qual o rock pode chegar em seus sonhos de grandeza.

A noite começou com o Muse, grupo preferido de Stephenie Meyer, a criadora da saga Crepúsculo. A banda se esforçou, fez um bom show, mas boa parte do público não ligou muito. Afinal, todo mundo estava ali para ver o U2.

Mas o show dos ingleses serviu para mostrar de leve o potencial do palco, que lembra uma aranha gigantesca e permite ao público que chegou cedo ficar muito próximo dos artistas. A estrutura monstruosa tem um telão em 360º feito para criar um impacto visual impressionante.

A entrada do U2 foi precedida por Trem das Onze (de Adoniran Barbosa), uma homenagem aos paulistas. Em seguida, os músicos surgiram ao som de Space Oddity, clássico de David Bowie. A música de abertura foi Even Better Than the Real Thing, hit do disco Achtung Baby, de 1991. Ali o público já estava ganho, porque o U2 é um daqueles grupos que arrebanha seguidores no lugar de fãs.

Quer dizer, Bono e Cia. podem fazer qualquer coisa que todo mundo vai aplaudir de qualquer jeito. Mas nem por isso eles se acomodam.

Nos primeiros vinte e tantos minutos, toda a parafernália que acompanha a banda causa uma certa desconfiança. Dá a impressão de que estão querendo desviar o foco da música com passarelas que se movem e muitas luzes. Mas conforme as canções vão surgindo fica claro que o telão meio que se transforma num quinto membro da banda, ajudando a potencializar o desfile de hits – e olha que ficou material importante de fora.

Em Mysterious Ways, o telão começa a mostrar sua cara com imagens se misturando com os músicos no palco. O impacto vai crescendo e chega ao grau máximo em Miss Sarajevo e City of Blinding Lights. O telão se expande e cria um espetáculo visual possivelmente jamais visto na história do rock. Era fácil ver muita gente boquiaberta com o que estava acontecendo ali na frente.

Em vários segmentos é difícil escolher para onde olhar: se para os músicos ou para o que acontece no vídeo, tamanha a qualidade do visual. Mas enquanto isso, tome hits para todo mundo cantar junto e aí vem Elevation, Beautiful Day, Vertigo, One. Do disco novo, No Line on the Horizon, vieram quatro músicas espalhadas entre as 25 tocadas.

É claro que a apresentação do grupo teve algumas presepadas que transformam o U2 na "Liga da Justiça" do rock. Várias citações à injustiça e desigualdade no mundo se fizeram presentes. Mas não seria o U2 se não fosse assim, certo? Um momento tocante mesmo foi aquele em que Bono lembrou as crianças mortas no massacre na escola do Rio de Janeiro e os nomes delas surgiram no telão.

No fim das contas, tirando toda a parafernália do palco, o U2 mostrou um bom show. Não foi perfeito porque ficaram de fora hits que poderiam muito bem ter entrado no lugar de canções como I Will Follow, Miss Sarajevo e Hold Me, Thrill Me, Kiss Me, Kill Me. Faltaram no repertório, por exemplo, Stay, New Years Day e Desire.

O que também deixou a desejar foi um pouco mais de espontaneidade. O show é todo muito programado, longe de ser frio, mas um pouco mais de leveza e molecagem cairiam bem. Mas também estamos falando de jovens senhores beirando os 50 anos. Há que se dar um desconto.

Veja o setlist do show:

01. Even Better Than The Real Thing
02. I Will Follow
03. Get On Your Boots
04. Magnificent
05. Mysterious Ways
06. Elevation
07. Until The End Of The World
08. I Still Haven't Found What I'm Looking For
09. Stuck In A Moment
10. Beautiful Day
11. In A Little While
12. Miss Sarajevo
13. City Of Blinding Lights
14. Vertigo
15. Crazy Tonight
16. Sunday Bloody Sunday
17. Scarlet
18. Walk On
19. One
20. Help (cover dos Beatles)
21. Where The Streets Have No Name
22. Hold Me, Thrill Me, Kiss Me, Kill Me
23. With or Without You
24. Moment of Surrender


Com informações do portal R7

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