Funceme aponta maior chance de chuvas na média histórica

Prognósticos da Chuva no Ceará

Boas novas para agricultores, criadores e produtores rurais cearenses. A previsão para a próxima estação chuvosa do Ceará - período que compreende os meses de fevereiro a maio -, é de 40% de probabilidade de chuvas dentro da média histórica do Estado, ou seja, 750mm para o período.

A probabilidade das chuvas serem acima do normal é de 35%. E abaixo da média, a probabilidade é de 25%. "Estar abaixo da média não significa dizer que será um período de seca, mas que choveu abaixo do que é a média histórica do Ceará", alerta o meteorologista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Renzo Taddei.

Os dados divulgados pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) são resultantes de análises dos padrões atmosféricos, temperaturas das superfícies do mar sobre os oceanos Pacífico e Atlântico, além de modelos estatísticos de diversas instituições de pesquisa do Brasil e do exterior.

Com base nas categorias das regiões hidrológicas divulgadas pela Funceme, o Litoral Norte será a região com probabilidade de uma maior precipitação, podendo variar de 599mm a 940mm. A média histórica desta região é de 790mm. A segunda região é o Litoral de Fortaleza, que compreende também algumas cidades da Região Metropolitana, com variação entre 708 e 892mm. No Litoral do Pecém, a precipitação deve ficar entre 556 e 768mm.

As regiões serranas vêm em seguida. Na Ibiapaba, onde as chuvas da pré-estação já apresentaram uma precipitação de 81mm nessa primeira quinzena de janeiro, bem próximo da média histórica registrada para o mesmo período, de 109mm, a previsão é que a precipitação média para a estação chuvosa possa variar entre 602 e 880m.

As chuvas de dezembro na região chegaram à marca de 163mm. Já no Cariri, até o momento foram observadas chuvas com precipitação de 72mm, neste primeiro mês de 2011. Para a estação chuvosa, a previsão é que as chuvas alcancem a marca entre 641 e 709 mm.

Segundo os dados da Funceme, existe a possibilidade de ocorrerem eventos extremos de chuva, como tempestades, nas regiões litorâneas ou serranas. Nestas áreas as precipitações climatológicas apresentam valores mais altos. O risco de deslizamentos em áreas desmatadas, por exemplo, pode ser mais eminente, deixando os Municípios destas regiões em alerta.

Risco de deslizamento

O Maciço de Baturité é uma das áreas que devem ficar em alerta. Devido à produção de banana e outras culturas, muitas áreas foram desmatadas, aumentando os riscos de deslizamentos na região. Para os próximos meses, a expectativa é que chova entre 589 e 768mm.

No Sertão Central e Inhamuns, onde as chuvas têm menores precipitações, deverá chover em torno de 431 a 577mm. Na região Jaguaribana, as chuvas podem alcançar a marca entre 507 a 655mm, podendo ultrapassar a média histórica de 599mm. Para estas duas regiões, o prognóstico é de um total de chuvas normal e abaixo da média histórica, podendo provocar frequência de veranicos. Em outras palavras, estiada com dias de muito calor.

O gerente do Departamento de Meteorologia da Funceme, Antônio Geraldo Ferreira, explica que neste momento todas as condições climáticas e atmosféricas favorecem para que as previsões atuais prossigam até o início da estação chuvosa. Isso deve-se ao fenômeno La Niña moderado observado no Oceano Pacífico, resfriando as temperaturas da superfície do mar. Este evento contribui para uma maior incidência de chuvas na porção norte da América do Sul, incluindo o Nordeste brasileiro.

No entanto, as instituições meteorológicas registraram uma evolução no aquecimento da temperatura superficial do mar, e segundo o anúncio da Funceme, "indicando que há probabilidade de chuva em torno a acima da média no setor norte do Nordeste para os próximos meses".

Por isso, a instituição cearense alerta que estará acompanhando todos os dados. "É preciso acompanhar as previsões diariamente da atmosfera e da temperatura da água. Em fevereiro, devemos fazer uma reavaliação do quadro de hoje", afirmou Antônio Ferreira.

Com informações Diário do Nordeste