A equipe do documentário é formada por técnicos da região do cariri - foto Elizângela Santos |
Um documentário com base científica aborda um dos maiores tesouros do Cariri. "Formação Romualdo - Um Milagre Paleontológico" é um desses trabalhos desenvolvidos para mostrar as peças raras e tridimensionais da Chapada do Araripe, que se formaram antes mesmo da própria floresta. Uma visão didática que envolveu grandes pesquisadores e nomes da Paleontologia, para levar os fósseis do Cariri de forma educativa ao público das escolas e de vários países do mundo.
O filme de 35 minutos, dirigido pelo cineasta veterano Jackson Bantim, o Bola, e a coordenação científica, pesquisa e roteiro do filme do doutor em Paleontologia da Universidade Regional do Cariri (Urca), Álamo Saraiva, será lançado hoje, às 19h30, no Teatro Municipal Salviano Arraes Saraiva, no Crato.
Uma equipe, formada por técnicos da própria região, adentrou nas minas de Santana do Cariri e outras áreas de exploração para mostrar a riqueza fossilífera. Cada peça, uma história para contar da evolução da terra. São mais de 100 milhões de anos, dentro da era cretácea, que os pesquisadores se debruçam em estudos para elucidar a história de um passado. Muito pouco foi descortinado.
O cientista americano, do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Alexander Kellner, um dos maiores pesquisadores da Paleontologia, destacando a sua especialidade para os pterossauros que na era pretérita sobrevoaram a região, mostra a importância do material raro encontrado para pesquisa na região. Seu depoimento está no filme que será exibido para várias partes do mundo, já que esses sítios paleontológicos estão localizados dentro da área do Geopark Araripe.
O documentário tem o caráter didático-científico e é o primeiro produzido na região sobre os fósseis da Bacia do Araripe. O vídeo marca a estreia do paleontólogo e coordenador científico do Geopark Araripe, Álamo Feitosa, na sétima arte. Segundo o pesquisador, esse material será usado em escolas do Ensino Médio e em universidades.
O vídeo apresenta os fósseis, as escavações paleontológicas e animações do Araripe de 100 milhões de anos atrás, quando ainda nem existia a Chapada do Araripe. O filme será lançado nos países da Rede Global de Geoparques (GGN), Austrália, Áustria, China, Canadá, Croácia, República Tcheca, Finlândia, França, Grécia, Alemanha, Hungria/ Eslováquia, Iran, Irlanda, República da Irlanda do Norte, Itália, Japão, Coréia, Malásia, Noruega, Portugal, Romênia, Espanha, Reino Unido e Vietnã.
Trazer a linguagem científica de forma acessível e proporcionar a divulgação do maior museu a céu aberto da era cretácea do planeta Terra. Álamo afirma que essa é a grande proposta do trabalho. As locações começaram a se feitas há mais de um ano. A equipe de deslocou para estuários de Recife (PE), para mostrar os aspectos relacionados ao ecossistema marinho, ampliando a compreensão da formação dos fósseis da Chapada do Araripe.
Os fósseis tridimensionais são, neste documentário, o foco das atenções. Para Álamo Feitosa, o filme é uma oportunidade para trazer ao público uma linguagem mais fidedigna da realidade das pesquisas, já desenvolvidas por estudiosos do Cariri. Também possibilita abordar questões relacionadas ao tráfico e a importância das peças para a Paleontologia mundial.
Esses são referenciais importantes dentro da abordagem, conforme o professor. "O que me levou a fazer esse trabalho foi ter a oportunidade de ver muitos documentários e reportagens. Alguns muito bons e outros feitos por pessoas de fora que passavam uma realidade aos olhos de quem é de fora", avalia ele.
Outra grande participação no trabalho é do pesquisador e oceanógrafo Mário Barletta. Atualmente é professor do Departamento de Oceanografia da Universidade Federal do Pernambuco (UFPE).
Com informações Diário do Nordeste
MAIS INFORMAÇÕES
Grupo de Pesquisa em Cultura Visual , Espaço, Memória e Ensino (Imago) - Urca - Crato - Cariri (CE)
Telefone: (88) 3102.1202
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