Mapa de Fortaleza em 1730 - foto: Arquivo/Museu do Ceará |
O
Dia do Ceará foi instituído por meio da Lei nº. 13.470, de 18 de maio de 2004, como
data comemorativa que referencia o dia em que o Ceará ganhou autonomia da
Capitania de Pernambuco, em 1799. A emancipação do Ceará foi garantida por
Carta Régia assinada pela Imperatriz de Portugal, D. Maria I, em virtude do
crescimento populacional e econômico que a antiga capitania do Ceará
apresentava em 1799.
A
lei estadual que instituiu o dia 17 de janeiro como Dia do Ceará determina a
realização anual de um evento oficial em Aquiraz, primeira capital do Estado,
por ocasião da data.
Publicamos
hoje um resumo da História do Ceará, confira:
Com
a decisão do rei de Portugal D. João III em dividir o Brasil em capitanias
hereditárias, coube ao português Antônio Cardoso de Barros, em 1535, administrar
a Capitania do Siará (como era chamada a região correspondente as capitanias do
Rio Grande, Ceará e Maranhão). Entretanto a região não lhe despertou interesse.
Só então, em 1603, é que o açoriano Pero Coelho de Sousa liderou a primeira
expedição a região, demostrando interesse em colonizar aquelas terras.
Pero
Coelho se instalou às margens do rio Pirangi (depois batizado rio Siará), onde
construiu o Forte de São Tiago, depois destruído por piratas franceses. A
esquadra de Pero Coelho teve que
enfrentar ainda a revolta dos índios da região que inconformados com a
escravidão, destruíram o forte obrigando os europeus a migrarem para a ribeira
do rio Jaguaribe. Lá, a esquadra de Pero Coelho construiu o Forte de São
Lourenço. Em 1607, uma seca assolou a região e Pero Coelho abandonou a
capitania.
Em
1612 foi enviado ao Siará o português Martim Soares Moreno, considerado o
fundador do Ceará, que também se instalou às margens do Rio Siará (atualmente
Barra do Ceará), onde recuperou e ampliou o Forte São Thiago e o batizou de
Forte de São Sebastião. Deu-se início a colonização da capitania do Siará,
dificultada pela oposição das tribos indígenas e invasões de piratas europeus.
No
ano de 1637, região foi invadida por holandeses, enviados pelo príncipe
Maurício de Nassau, que tomaram o Forte São Sebastião. Anos depois a expedição
foi dizimada pelos ataques indígenas. Os holandeses ainda voltaram ao litoral
brasileiro em 1649, numa expedição chefiada por Matias Beck e se instalaram nas
proximidades do rio Pajéu, no Siará, onde construíram o Forte Schoonenborch.
Em
1654, o Schoonenborch foi tomado por portugueses, chefiados por Álvaro de
Azevedo Barreto, e o forte foi renomeado de Forte de Fortaleza de Nossa Senhora
da Assunção. A sua volta formou-se a segunda vila do Ceará, chamada de vila do
Forte ou Fortaleza. A primeira vila reconhecida foi a de Aquiraz. Em 1726, a
vila de Fortaleza passou a ser oficialmente a capital do Ceará após disputas
com Aquiraz.
Ocupação
Duas
frentes de ocupação atuaram no Siará, a primeira, chamada de sertão-de-fora foi
controlada por pernambucanos que vinham do litoral, e a segunda, do
sertão-de-dentro, controlada por baianos. Ao longo do tempo o Siará foi sendo
ocupado o que impulsionou o surgimento de várias cidades. A pecuária serviu de
motor para o povoamento e crescimento da região, transformado o Siará na
“Civilização do Couro”.
Entre
os séculos XVIII e XIX, o comércio do charque alavancou o crescimento
econômico da região. Durante esse período, surgiram as cidades de
Aracati, principal região comerciária do charque, Sobral, Icó, Acaraú, Camocim
e Granja. Outras cidades como Caucaia, Crato, Pacajus, Messejana e Parangaba
(as duas últimas bairros de Fortaleza) surgiram a partir da colonização
indígena por parte dos jesuítas.
A
partir de 1680, o Siará passou à condição de capitania subalterna de
Pernambuco, desligada do Estado do Maranhão. A região só se tornou
administrativamente independente em 1799, quando foi desmembrada de Pernambuco
e o cultivo do algodão despontou como uma importante atividade econômica. Às
vésperas da Independência do Brasil, em 28 de fevereiro de 1821, o Siará
tornou-se uma província e assim permaneceu durante todo o período do Império.
Com a Proclamação da República Brasileira,
no ano de 1889, a província tornou-se o atual estado do Ceará.
Momentos
históricos
Em
1817, os cearenses, liderados pela família Alencar, apoiaram a Revolução
Pernambucana. O movimento, que se restringiu ao município do Cariri,
especialmente na cidade do Crato, foi rapidamente sufocado.
Em
1824, após a independência, foi a vez dos cearenses das cidades do Crato, Icó e
Quixeramobim demonstrarem sua insatisfação com o governo imperial. Assim eles
se aderiram aos revoltosos pernambucanos na Confederação do Equador.
No
século XIX, vários fatos marcaram a história do Ceará, como o fim da escravidão
no Estado, em 25 de março de 1884, antes da Lei Áurea, assinada em 1888. O
Ceará foi portanto o primeiro estado brasileiro a abolir a escravidão. Um
cearense se destacou nessa época: o jangadeiro Francisco José do Nascimento que
se recusou a transportar escravos em sua jangada. José do Nascimento ficou
conhecido como Dragão do Mar (atualmente nome de um centro cultural em
Fortaleza).
Entre
1896 e 1912, o comendador Antônio Pinto Nogueira Accioly governou o Estado de
forma autoritária e monolítica. Seu
mandato ficou conhecido como a “Política Aciolina” que deu início ao surgimento
de diversos movimentos messiânicos, alguns deles liderados por Antônio
Conselheiro, Padre Ibiapina, Padre Cícero e o beato Zé Lourenço. Os movimentos
foram uma forma que a população encontrou de fugir da miséria a qual se
encontrava a região. Foi também nessa época que surgiu o movimento do cangaço,
liderado por Lampião.
Nos
anos 30, cerca de 3 mil pessoas se reuniram, sob a liderança do beato Zé
Lourenço, na região no sítio Baixa Danta, em Juazeiro do Norte. O sítio
prosperou e desagradou a elite cearense. Em setembro de 1936, a comunidade foi
dispersa e o sítio incendiado e bombardeado. O beato e seus seguidores rumaram
para uma nova comunidade. Alguns moradores resolveram se vingar e preparam uma
emboscada, que culminou num verdadeiro massacre. O episódio ficou conhecido
como “Caldeirão”.
Nos
anos 40, com a Segunda Guerra Mundial, foi montado uma base norte-americana no
Ceará mudando os costumes da população, que passou a realizar diversos
manifestos contra o nazismo. Também na mesma década, o governo, afim de
estimular a migração dos sertanejos para a Amazônia realizou uma intensa
propaganda. Esse contingente formou o “Exército da Borracha”, que trabalharam
na exploração do látex das seringüeiras.
Milhares de cearenses migraram para o Norte e acabaram morrendo no combate
entre Estados Unidos e Aliados com os exércitos do Eixo, sem os seringais da
Ásia para abastecê-los.
Do portal do Governo do Estado do Ceará
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