Nogueira Accioly, no centro, de cartola e camisa clara, em visita ao Rio de Janeiro - Foto: Arquivo do Museu do Ceará
Antônio
Pinto Nogueira Acioly nascido em Icó em 11 de outubro de 1840 foi um político
brasileiro, presidente e um dos mais influentes políticos do Ceará durante a
República Velha. Formou-se em direito pelo curso jurídico do Recife, em 1864,
quando acrescentou o Acioly da avó materna a seu nome. Foi também maçom
pertencente a loja Fraternidade Cearense.
Nogueira
Acioly – preferia escrever o nome com y – deveu ao sogro, o senador Pompeu, sua
ascensão política. Sucede, ao fim do império, ao sogro na cadeira senatória,
mas não chega a tomar posse devido à proclamação da república.
Sua
grande oportunidade política se deu quando Bezerril Fontenelle assumiu o
governo no quadriênio de 1892 a 1896, pois passou a ser vice-presidente do
estado. Quando da sucessão de Bezerril Fontenele, este indicou Acioly para
substituí-lo. Bezerril havia ganhado algum prestígio durante o seu governo,
sendo Acioly eleito presidente do Ceará no quadriênio de 1896 a 1900.
Frustrando
todas as expectativas do povo cearense, Acioly utiliza-se do poder para
desenvolver a sua oligarquia. Tinha todo o apoio do governo federal e estadual,
para os quais era considerado um homem honrado e íntegro.
Assim
manipulou a política de forma que favorecesse familiares e correligionários.
Accioly não deu prioridade a setores responsáveis pelo desenvolvimento do
estado. Preferiu voltar-se para a construção de obras onde pudesse tirar
vantagem pessoal.
Como
exemplo podemos citar a construção de cinco pontes sobre o rio Pacotí,
encomendadas à França através da Casa Boris Fréres. O dinheiro das pontes
apareceu nas contas do Estado, mas as pontes nunca foram construídas. Não
podemos esquecer de dizer que Boris era correligionário de Acioly.
Durante
a seca que assolou o estado em 1898 e 1900 a oligarquia aciolina fez vistas
grossas ao sofrimento sertanejo. Além da fome, ocorreu no estado uma epidemia
de varíola.
Rodolfo
Teófilo, opositor de Acioly, fabricava vacina contra a varíola, saia
conscientizando o povo e aplicando-a em quem permitisse. O grupo aciolino
perseguiu a Teófilo, alegando que ele assim agia para desmoralizar o governo.
Terminando
o seu quadriênio, Acioly foi substituído por Dr. Pedro Borges que a princípio
quis voltar-se contra seu antecessor, mas acabou fazendo um acordo com ele.
Acordo este que beneficiou a ambos.
Borges
governou o Ceará até 1904, com grande influência de Acioly. Durante o governo
de Borges foi criada a Academia Livre de Direito do Ceará, feita com um único
propósito: beneficiar os filhos de Acioly.
A
oposição e o povo de Fortaleza continuou a sua luta contra o domínio aciolino.
Mas ainda não foi dessa vez. Em 1908 Acioly é eleito novamente presidente do
Ceará, do ano de 1908 a 1912 quando foi deposto.
Em
1911, Padre Cícero é eleito prefeito de Juazeiro do Norte com o apoio dos
grandes fazendeiros locais. Para assegurar a permanência da família Acioly no
governo cearense, o padre promove o chamado “pacto dos coronéis”, com 17 dos
principais chefes políticos da região do Cariri. Juntos, forçam a Assembléia
Legislativa a rejeitar o nome de Franco Rabelo, escolhido pelo presidente
Hermes da Fonseca para governar o estado.
Passeata das crianças – foto Arquivo Nirez |
Muitos
movimento surgiram para derrubar Acioly do poder. O mais importante deles foi a
Passeata das Crianças. Liderada por mulheres cearenses, cerca de seiscentas
crianças, todas vestidas de branco, com laços verdes-amarelos e ostentando no
pescoço um medalhão do coronel Marcos Franco Rabelo, desfilaram pelas ruas de
Fortaleza, cantando e sendo olhadas por, mais ou menos, oito mil pessoas.
O
Acioly enviou a polícia para combater o movimento. Esta agiu com rigor, tendo
ocasionado a morte de várias pessoas. A reação de Acioly causou revolta no povo
fortalezense que armou-se com o que pôde para derrubá-lo do poder. Acioly
resolveu então renunciar. O responsável pelas negociações foi coronel José
Faustino.
Nogueira Acioly de cartola no barco a remo que o levou ao navio para deixar o Ceará – foto Arquivo Nirez |
Deposto,
é embarcado com a família, às pressas, para o Rio, num navio de cabotagem. Nogueira
Acioly morreu no Rio de Janeiro em 14 de abril de 1921.
Origem:
Wikipédia, a enciclopédia livre.
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