Submetido a uma conjuntura acerba, José Serra atravessa um daqueles ciclos da vida em que o pesadelo é, por vezes, melhor do que o despertar.
Nesta quarta (15), o presidenciável tucano deu mostras de que tem certa dificuldade de lidar com o cenário de borrasca que o rodeia.
Foi aos estúdios da CNT, para uma entrevista com Márcia Peltier. Coisa de quatro blocos. Já no primeiro, Serra escalou as tamancas.
Abespinhou-se com as perguntas. Versavam sobre pesquisas de opinião e violação dos sigilos fiscais de tucanos e familiares do candidato.
Serra ameaçou interromper a entrevista. Dizia-se sufocado.
A pretexto de buscar uma coca-cola, fora do estúdio, chegou a retirar o microfone que pendia de sua lapela.
Findo o bloco inaugural da entrevista, Serra disse à apresentadora: "Não vou dar essa entrevista, você me desculpa".
Esperava ser aguido sobre política e, sobretudo, economia. Reclamou do rumo da prosa. "Faz de conta que eu não vim".
O primeiro bloco não terminara bem. Serra dissera que os dados fiscais obtidos ilegalmente saíram do comitê de Dilma Rousseff. “Isso foi montado”.
A entrevistadora supôs que que Serra se referisse a ela e à entrevista que conduzia. Reagiu: “Montado para que? Aqui não tem isso”.
No intervalo, como o candidato ameaçava se retirar e a coisa enveredava para o bate-boca, foi à cena um terceiro personagem.
O diretor de jornalismo da emissora, Domingos Trevisan, viu-se compelido a entrar no estúdio.
Serra disse a Trevisan, em timbre peremptório: "Se a entrevista é essa, não preciso mais ficar".
Insinuou que Márcia Peltier encampara a tese de Dilma segundo a qual os ataques na Receita haviam ocorrido numa fase em que ela ainda não era candidata.
Trevisan argumentou que restavam três blocos de entrevista. Tempo bastante para a abordagem de outros temas.
Reclama daqui, argumenta dali Serra ficou. No final da entrevista, posou para fotos ao lado da algoz Márcia.
O resultado da entrevista vai ao ar na noite desta quarta, às 22h50. O telespectador não terá a oportunidade de assistir à arenga completa.
O pico do deestempero se deu no intervalo, com as câmeras desligadas. Pena.
Com informações do Blog do Josias. Foto Fábio Pozzebom/ABr
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