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14 de junho de 2010

PSDB lança Serra mais raivoso contra Lula

Em Salvador, candidato tucano assume tom mais duro em relação ao governo. FHC não comparece, mas marca presença em vídeo. Após ser aclamado candidato, Serra desfilou com a camisa do Brasil (Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Salvador - O PSDB confirmou, na manhã deste sábado (12), na capital baiana, o nome do ex-governador de São Paulo José Serra como candidato da legenda a presidente. É a segunda vez que Serra concorre ao mais alto posto do Executivo do país. Como em 2002, vai a uma cidade nordestina para lançar a sua candidatura – naquele ano, a escolhida foi Teresina.

A Bahia é o quarto maior colégio eleitoral do país, o maior do Nordeste, região em que sua principal adversária, a ex-ministra Dilma Rousseff (PT), tem grande vantagem. Segundo pesquisas eleitorais de diferentes institutos, a petista teria uma vantagem de 20 pontos percentuais. A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) reconheceu o peso desse fator para a definição de Salvador.

Serra discursou após o ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves. Por 40 minutos, o tucano paulista tentou se identificar com as classes mais populares apelando para sua origem, em bairros periféricos de São Paulo, apesar de não ter empolgado a maioria dos presentes. Diferentemente do lançamento da pré-candidatura, em abril, foram poucos os momentos em que os cabos eleitorais se manifestaram de forma mais entusiasmada.

O ex-governador surpreendeu ao assumir uma posição mais raivosa em relação ao presidente Lula, fugindo à sua tendência de se mostrar mais calmo para não afrontar à popularidade do presidente. Ele criticou o “aparelhamento do Estado”, “a utilização de dossiês” e relacionando com o rei francês Luís XIV, disse ser necessário acabar com o pensamento que o “Estado sou eu”.

Ele prometeu uma campanha de debate e de união. "Nada nos aproximará da política de dossiês, nada nos aproximará da denúncia, dos atos subalternos. A campanha de José Serra se afirma na defesa das melhores proposta para o povo do Nordeste e para o povo do Brasil", afirmou.

Em seu discurso, o ex-governador concentrou-se nas áreas mais mal avaliadas do governo atual, como segurança pública, saúde e educação e reafirmou que o PSDB foi o responsável pela criação dos programas que originaram o Bolsa-Família, um dos principais programas do governo Lula. Serra, no entanto, fugiu de questões relativas ao governo de Fernando Henrique Cardoso. Deixou de comentar privatizações de empresas públicas, por exemplo.

As principais lideranças do DEM e PSDB estiveram presentes no evento. Os presidentes dos outros dois partidos que apoiam Serra formalmente – PTB e PSC – também vieram a Salvador. Uma das ausências mais importantes foi a do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que, apesar de não ter comparecido, enviou um vídeo exibido na convenção apoiando o nome do ex-governador.

Por: Thiago Santos, especial para a Rede Brasil Atual

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