Os egípcios tinham uma religião politeísta e adoravam vários deuses - Foto: reprodução/Wikipédia |
Especialistas afirmam que não existiu propriamente uma religião egípcia, pois as crenças, frequentemente diferentes de região para região, não eram a parte mais importante, mas sim o culto aos deuses, que eram considerados os donos legítimos do solo, terra que tinham governado no passado distante.
Este conjunto de crenças foi praticado no antigo Egito desde o período pré-dinástico, cerca de 3000 a.C., até o surgimento do cristianismo. Inicialmente, era uma religião politeísta por crer em várias divindades, como forças da natureza. Com o passar dos séculos, a crença se diversificou, sendo considerada henoteísta, porque acreditava em uma divindade criadora do universo, tendo outras forças independentes, mas não iguais em poder a esta. Também pode ser considerada monoteísta, pois tinha a crença em um único deus, as outras divindades eram neteru (plural de neter), participantes da criação e manutenção da realidade, mas ainda assim inferiores em poder ao grande Ser supremo. Amenófis IV instaurou o monoteísmo, que feneceu tão logo Amenófis morreu. A religião era praticada em templos e santuários domésticos. Atualmente, minorias ainda cultuam os deuses egípcios antigos, mas em menor escala. O kemetismo, por exemplo, é uma reconstrução neopagã da religião egípcia que ainda é praticada atualmente.
As fontes para o estudo da antiga religião egípcia são variadas: templos, pirâmides, estátuas, túmulos e textos. Em relação às fontes escritas, os egípcios não deixaram obras que sistematizassem, de forma clara e organizada, as suas crenças. Em geral, os investigadores modernos centram seu estudo em três obras principais: o Livro das Pirâmides, o Livro dos Sarcófagos e o Livro dos Mortos.
O
Livro das Pirâmides é uma compilação de fórmulas mágicas e hinos cujo objectivo
é proteger o faraó e garantir a sua sobrevivência no Além. Os textos
encontram-se escritos sobre os muros dos corredores das câmaras funerárias das
pirâmides de Sacará. Do ponto de vista cronológico, situam-se na época da V e
VI dinastia egípcias;
O
Livro dos Sarcófagos, uma recolha de textos escritos em caracteres
hieroglíficos cursivos no interior de sarcófagos de madeira da época do Império
Médio, tinha também como função ajudar os mortos no outro mundo;
Por
último, o Livro dos Mortos, que inclui os textos das obras anteriores, para
além de textos originais, datando do Império Novo. Esta obra era escrita em
rolos de papiro pelos escribas e vendida às pessoas para ser colocada nos
túmulos.
Outras fontes escritas são os textos dos autores gregos e romanos, como os relatos de Heródoto (século V a.C.) e Plutarco (século I d.C.).
As várias divindades egípcias existentes caracterizavam-se pela sua capacidade de estar em vários locais ao mesmo tempo e de sobreviver a ataques. A maioria delas era benevolente, com excepção de algumas divindades com personalidade mais ambivalente como as deusas Sacmis e Mut.
As divindades egípcias eram agrupadas de várias maneiras, como em grupos de nove deuses (as Enéades), de oito deuses (as Ogdóades), ou de três deuses (tríades). A principal Enéade era a da cidade de Heliópolis, presidida pela divindade solar Rá.
Para os egípcios o princípio do universo é a formação única de Deus, que não se fez do nada, e sim, autocriou seus aspectos. Os aspectos de Deus, como dito anteriormente, chamam-se neteru (no singular: neter no masculino e netert no feminino). Tudo vem a início de um líquido infinito cósmico chamado Nun. Quando esse líquido se autocria e torna-se real, é Atum, que criou uma massa única universal que deu origem a uma explosão, porém pré-planejada. Atum também tem o poder de "tornar-se a si mesmo", que, segundo os antigos egípcios, é algo muito complicado para um humano, seria uma "obra divina". Mas isto é o princípio da Terra.
O primeiro neter da Terra é Rá, o que é outra forma de Atum. Para criar a Terra, Rá deu origem ao Sol da manhã, enquanto o Sol da tarde era Atum. Cuspiu Shu e Téfnis, que deram origem a ar e a umidade.
Os próximos neteru a serem gerados eram Geb e Nut, que criaram os dois ambientes da Terra: o céu e a terra (plana). Estes também deram origem aos quatro neteru da vida: Osíris, Ísis, Seti e Néftis. Osíris criou a vida no além e todo o processo de jornada até o céu. Ísis é responsável por todos os seres vivos. Seti representa os opostos, mas também coisas más, como ódio e caos. Néftis representa o deserto, a orientação, e o ato de morte. A história desses quatro neteru é a origem do próximo a ser gerado. Lembrando que as próximas histórias são semelhantes aos humanos porque esses neteru eram de espécies bem próximas aos humanos. Existem milhares de versões, no geral a história é a seguinte: Osíris era o neter que criou o ciclo de vida e morte, por isso governava a terra. Seti, movido a inveja, resolveu armar uma forma de matá-lo.
Então, de forma incerta, provavelmente mostrando outra intenção, o trancafiou em um caixão e jogou no Nilo para se perder e ninguém nunca achar. Néftis percebeu isso e avisou Ísis, quando começaram a procurar e encontraram um caixão, e recuperaram Osíris. Seti como era uma forma do mal, esquartejou a forma material de Osíris em 40 pedaços e espalhou-os por todo o deserto e no Nilo. Ísis, depois de muito tempo, conseguiu encontrar todos eles, exceto o pênis, que foi devorado por três peixes. Ísis então fez um pênis ela mesma para Osíris, então Osíris uniu-se a Ísis e gerou um filho. O filho era Hórus, o herdeiro que então lutou contra Seti, perdendo um olho na batalha, mas consegui vencê-lo. Esse olho ficou conhecido como "Olho de Hórus", que foi reconhecido como símbolo de proteção pelos egípcios.
Origem:
Wikipédia, a enciclopédia livre.
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