“Deus não criou o homem à sua própria imagem, foi o contrário”. Essa afirmação norteia o escritor e jornalista britânico Christopher Hitchens, um dos intelectuais mais polêmicos e influentes dos últimos 20 anos e coloca em xeque o papel da religião no livro no livro "Deus não é grande – como a religião envenena tudo", que já é sucesso mundial.
Para o escritor, como todo e qualquer ser supremo, na verdade, Deus não passaria de uma criação humana, e as consequências disso são a profusão de deuses e de religiões e as guerras entre e no interior dos credos e que retardaram o desenvolvimento da civilização.
A religião organizada, por ser imoral, irracional, intolerante e racista, segundo o autor, degrada as crianças ao doutriná-las e provoca a repressão sexual; controla a alimentação e aumenta a culpa ao multiplicar as proibições mais arbitrárias possíveis; distorce as origens do ser humano e do cosmos; incentiva o fanatismo, sendo cúmplice da ignorância e do obscurantismo.
Mesclando erudição e humor, Hitchens chega a essas conclusões se apoiando em experiências pessoais, fatos históricos e análises críticas de textos religiosos. As análises se concentram no cristianismo, judaísmo e islamismo, mas também há menções ao budismo e ao hinduísmo.
Suas objeções à fé religiosa também englobam casos de pedofilia na Igreja Católica dos Estados Unidos, episódios de intolerância religiosa entre católicos e protestantes na Europa e conflitos motivados pelo radicalismo de judeus e muçulmanos no Oriente Médio.
Hitchens defende que nenhuma religião oferece uma resposta satisfatória às questões fundamentais da existência humana, cujos dilemas morais e éticos, segundo ele, estariam mais bem representados em autores clássicos, como Shakespeare, Dostoiévski e Tólstoi, do que em qualquer escritura sagrada. Em sua visão, o ideal seria que a ética e a investigação científica substituíssem a religião.
“Se você dedicar um pouco de tempo a estudar as impressionantes fotografias tiradas pelo telescópio Hubble, estará examinando coisas que são muito mais assombrosas e belas – e mais caóticas e atordoantes e ameaçadoras – que qualquer história da criação”, assegura o autor.
Herdeiro
intelectual de George Orwell e de Thomas Paine, Christopher Hitchens é um
autêntico livre pensador e mantém sua coragem e seus princípios, mesmo após o diagnóstico de câncer no
esôfago, há quase um ano, que pode levar a morte, mas ainda assim não se curvou diante de divindades ou de
religiões.
Com informações da Editora
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