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12 de abril de 2010
CINTURÃO DIGITAL: Interior conectado em rede
Até o fim deste mês, o Cinturão Digital no Estado ficará 80% concluído. A pressa em finalizar o projeto é para garantir o início dos serviços digitais ao Interior do Ceará e, consequentemente, incentivar o desenvolvimento tecnológico das cidades. Muitas delas não possuem condições de oferecer serviços de qualidade na Internet e o Cinturão Digital ajudará na implantação de uma rede ampla e, principalmente, com o custo baixíssimo.
Com o objetivo de conectar, por meio de fibra óptica, departamentos públicos e escolas estaduais, o Cinturão Digital é um projeto que vai incluir sinal sem fio, o que corresponde à tecnologia WiMax. Além disso, terá a transmissão, quando possível, de sinal via rede elétrica, tecnologia conhecida como PLC, (Power Line Communication) caracterizada como uma tecnologia de Rádio Frequência (RF) que utiliza a rede elétrica de distribuição como meio de transporte para a transmissão de dados em alta velocidade.
Serviços
O projeto cobrirá 90% da população urbana do Ceará até o final deste ano e inclui mais de 3 mil quilômetros de fibra óptica de alta velocidade, conectando escolas, hospitais, postos de saúde, delegacias e demais órgãos públicos estaduais. O Cinturão Digital levará, também, recursos como telemedicina, educação a distância, televisão digital, videoconferência e outros serviços essenciais para o desenvolvimento do Ceará.
Assim, o Estado ficará conectado à Internet com alta velocidade. O projeto de instalação de fibras ópticas custará R$ 65 milhões, com aporte de R$ 35 milhões do Estado, R$ 10 milhões do Banco Mundial e mais R$ 20 milhões de recursos federais.
De acordo com o presidente da Empresa de Tecnologia da Informação do Ceará (Etice), Fernando Carvalho, até o fim deste mês, o anel redundante, considerado o principal do Cinturão Digital, será concluído. Este anel percorrerá todo o Estado e será o responsável pela inclusão de outras instalações. É a partir dele que outras redes serão instaladas, possibilitando que cidades menores sejam beneficiadas com o projeto.
Conforme o mapa ao lado, o anel redundante, identificado pelo nome de Backbone, será a peça principal para a criação de uma rede conectada aos serviços digitais. A rede principal passará por 56 cidades e ainda incluirá a malha de ramificações, como uma extensão do anel principal; além dos Trechos Urbanos, como um prolongamento do anel principal; e ainda o Link por Rádio. Cada uma dessas malhas será fundamental para melhorar os serviços tecnológicos como meio indutor do desenvolvimento.
Para Fernando Carvalho, o Produto Interno Bruto (PIB) per capta tende a aumentar com o acesso à tecnologia. "Para cada 100 pessoas que passam a usufruir da tecnologia, o PIB per capta tem um aumento de 0,06%. É um grande destaque e o aumento pode ser muito maior quando as pessoas passam a se conectar com o serviço digital", diz.
Carvalho argumenta, ainda, que nenhum Estado do País tem um projeto semelhante de inserção tecnológica global. "O fato de queremos instalar o Cinturão Digital é porque não tínhamos nada de tecnologia semelhante. Um exemplo é o do Japão, que tem os mesmos serviços com valores muito baixos", diz o presidente da Etice. Comparando os benefícios do Cinturão Digital para as comunidades, o principal deles será o preço.
Custo
Em cidades como Tauá, na Região dos Inhamuns, por exemplo, 1 Mbps (Megabit por segundo) chega a custar R$ 1 mil. Enquanto nos Estados Unidos esse valor vai para R$ 10,00 e no Japão é de apenas R$ 0,20. O resultado dessa distorção nos valores é que apenas 3% da população do Ceará pode pagar pelo acesso à banda larga.
Com o Cinturão Digital, os valores ficarão mais acessíveis à medida que três empresas serão as responsáveis por oferecer serviços tecnológicos, com a fiscalização do Governo do Estado.
Mais informações: www.etice.ce.gov.br
Por Maurício Vieira do Diário do Nordeste
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