O
conto do dinamarquês Hans Christian Andersen foi inspirado numa história encontrada no Libro de los
ejemplos (ou El Conde Lucanor, 1335)[2], uma coleção medieval espanhola de 55
contos morais de várias fontes como Esopo e outros autores clássicos e contos
persas, compilados por Juan Manuel, Príncipe de Villena (1282–1348). Andersen
não conhecia o original em castelhano, mas leu a versão do conto em língua
alemã intitulada "So ist der Lauf der Welt". No conto original, um
rei recebe cavilosamente de tecelões um traje que seria invisível a todos menos
àqueles que são filhos legítimos de seus pais presumidos. Já Andersen altera
sua fonte para direcionar o foco da história para a vaidade cortesã e soberba
intelectual.
Confira a História:
Um
bandido, fugindo de outro reino, decidiu se esconder e fingir ser um alfaiate
nas novas terras. Muito malandro, o bandido, o "novo alfaiate"
conquistou a todos e até conseguiu uma audiência com o Rei.
"Nas
terras distantes de onde vim, inventei uma forma de tecer a melhor de todas as
roupas!" disse o farsante alfaiate. E continuou "Consigo tecer uma
roupa que somente os inteligentes conseguem ver!"
O
rei, muito vaidoso, gostou da proposta e pediu ao bandido que fizesse uma roupa
dessas para ele.
O
bandido recebeu vários baús cheios de riquezas, rolos de linha de ouro, seda e
outros materiais raros e exóticos, exigidos por ele para a confecção das
roupas. Ele guardou todos os tesouros e ficou em seu tear, fingindo tecer fios
invisíveis. Todos passavam na frente da alfaiataria e ele não parava de fazer
sua performance: puxava panos, cortava o ar, olhava com cara de quem poderia
fazer melhor, refazia e pendurava nada no mancebo. E assim o fez por semanas,
enquanto recebia o dinheiro do rei. Claro que todas as pessoas que passavam
pela janela alegavam ver o tecido, para não parecerem estúpidas.
Até
que um dia, o rei se cansou de esperar, e ele e seus ministros quiseram ver o
progresso do suposto "alfaiate". Quando o falso tecelão mostrou a
mesa de trabalho vazia, o rei exclamou: "Que lindas vestes! Fizeste um
trabalho magnífico!", embora não visse nada além de uma simples mesa, pois
dizer que nada via seria admitir na frente de seus súditos que não tinha a
capacidade necessária para ser rei.
Os
nobres ao redor soltaram falsos suspiros de admiração pelo trabalho do bandido,
nenhum deles querendo que achassem que era incompetente ou incapaz. O bandido
garantiu que as roupas logo estariam completas, e o rei resolveu marcar uma
grande parada na cidade para que ele exibisse as vestes especiais.
Durante
o evento, contudo, uma criança, inocente e sincera, gritou " O rei está
nu!". O grito é absorvido por todos, A sinceridade e o olhar da criança
tocou a todos. Os burburinhos começaram e todos começaram a confessar que não
enxergavam a nova roupa do rei.
O
rei, sempre incomodado por nunca sentir nem o peso da roupa, se encolhe por um
segundo. Há versões em que dizem que o bandido foi punido, mas há também
versões em que o rei faz pose, ostentando sua "roupa" e fazendo todos
ficarem em dúvida se havia mesmo ou não uma vestimenta.
Origem:
Wikipédia, a enciclopédia livre.
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