Após seca prologada onde parte da população cearense sofria
com a falta de água, alimentos e trabalho, em setembro de 1958, a alma
sertaneja ganhou um novo alento, quando a construção de um grande açude começou
a ganhar formas. A obra, uma antiga promessa do Departamento Nacional de Obras
contra as Secas – DNOCS, visava represar as águas do Rio Jaguaribe no município
de Orós.
Desde o início da década de 1910 se falava na
existência do Boqueirão de Orós, garganta por onde passam as águas do rio
Jaguaribe, local propício para receber uma enorme barragem de represamento e
aproveitamento consequente das águas armazenadas.
Após muitos estudos de viabilidade, um engenheiro de Porto Alegre, chamado Casimiro Munarsky, sugeriu fazer-se o açude com parede de terra e em forma de arco, um pouco antes do boqueirão. Com a nova engenharia, o açude deixaria de comportar 4 bilhões de metros cúbicos de água, inicialmente projetados, e passaria a comportar 2 bilhões.
Obra realizada no governo de Juscelino Kubistchek, inundou alguns vilarejos próximos, dos quais o mais conhecido era Conceição do Buraco, hoje Guassussê.
Açude do Orós em dezembro de 1960 - foto acervo do DNOCS |
Quando ainda estava em construção, em março de 1960, o Rio Jaguaribe passou por uma grande cheia em virtude das chuvas em excesso caídas no alto Jaguaribe, sendo considerada a maior enchente já verificada; que o Rio Jaguaribe se elevara 6 metros em menos de 15 horas.
O DNOCS chama a atenção das populações dos arredores para que abandonem seus lares e busquem locais seguros, onde possam ficar a salvos das enchentes que estava por vir.Na edição de 25 de março de 1960, o jornal O POVO publicou a seguinte manchete: "Orós com as horas contadas". "Agrava-se a situação a cada instante", a matéria trazia a informação que voltara a chover torrencialmente no Jaguaribe, e o açude recebeu 130 milhões de metros cúbicos em três horas e que o uso de um sangradouro de emergência havia fracassado.
Aos 17 minutos do dia 26 de março de 1960, as águas
fizeram romper a parede do açude ainda em construção. "Rompida a barragem
do Orós na ombreira direita", foi a manchete da edição do jornal O POVO daquele
dia.
No livro "A Tragédia do Orós" - Documento
Histórico, o professor Pedro Sisnando Leite, confirma que "não houve
mortes ocorridas por afogamento durante as inundações". Ele diz ainda que
houve providências com a vacinação para evitar surtos epidêmicos.
Caro amigo, gostei de sua postagem. Sou e Limoeiro-PE e estas fotos são bem bacanas. Parabéns pelo texto
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