O ex-guerrilheiro Fernando Gabeira em setembro de 1979 na volta do exílio - Foto: Rogério Reis |
Fernando Paulo Nagle Gabeira nasceu em Juiz de Fora, Minas Gerais, em 17 de fevereiro de 1941, é um jornalista, escritor e político brasileiro filiado ao Partido Verde (PV). Filho de Paulo Gabeira e de Isabel Nagle, Gabeira é descendente de imigrantes libaneses.
Gabeira começou sua carreira no jornalismo no fim da década de 1950 colaborando em periódicos de Juiz de Fora enquanto frequentava os estudos secundários. Desde aquela época já manifestava interesse pela arena política.
Depois de um breve período em Belo Horizonte na década de 1960, mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro, onde foi redator do Jornal do Brasil. Com o golpe militar de abril de 1964, Gabeira começou a atuar na resistência ao novo regime.
É conhecido pela sua atuação no Partido Verde brasileiro (do qual é membro-fundador), defendendo posições polêmicas em questões consideradas como tabus na cultura política brasileira (como a profissionalização da prostituição, o casamento homossexual e a descriminalização da maconha).
É conhecido também por ter participado da luta armada contra a ditadura como militante do Movimento Revolucionário Oito de Outubro. Ele não era um guerrilheiro propriamente dito, mas trabalhava como repórter do Jornal do Brasil, no Rio de Janeiro.
Em 1970, Gabeira foi preso na cidade de São Paulo. Resistiu à prisão e tentou fugir em direção a um matagal que existia por perto. Vários tiros foram disparados e um deles atingiu suas costas, perfurando rim, estômago e fígado. Encarcerado, recebeu a liberdade em Junho do mesmo ano, tendo sido trocado com outros 39 presos pelo embaixador alemão Ehrenfried von Holleben, que também havia sido sequestrado. O grupo foi banido do país e exilado para a Argélia. Ao longo de quase uma década, esteve em vários países dentre os quais o Chile, a Suécia e a Itália. Na Suécia, onde passou a maior parte do exílio, formou-se em Antropologia na Universidade de Estocolmo e exerceu a profissão de repórter até a função de condutor de metrô em Estocolmo. Voltou ao Brasil em 1979 onde passou, então, a atuar como jornalista e escritor, defendendo o fim do regime militar.
Ao retornar do exílio escreveu um livro chamado "O que é isso, companheiro?" detalhando o sequestro do embaixador norte-americano Charles Elbrick do qual participara às vésperas do 7 de setembro de 1969. O episódio foi justificado pelos sequestradores como uma tentativa de pressionar o regime militar a libertar quinze presos políticos ligados às organizações da esquerda política consideradas clandestinas naquele momento histórico. A ação teve sucesso em seus objetivos, uma vez que tais presos foram de fato libertados e exilados do país, porém pelo menos dois dos sequestradores não resistiram à tortura após serem capturados, enquanto outros foram obrigados a deixar o país.
Por conta de sua participação no sequestro do embaixador Charles Burke Elbrick, Gabeira não pôde entrar nos Estados Unidos e seus territórios até 2009. Gabeira pediu uma revisão do visto três vezes e foi negado a cada vez.
Um filme de mesmo nome foi feito sobre o sequestro do embaixador norte-americano. Fernando Gabeira é representado como um jovem que ajuda na ação armada, porém em realidade ele não tomou parte nos eventos mais arriscados, como a captura do embaixador. Tendo sido informado sobre a operação apenas no dia do sequestro, sua atuação foi meramente circunstancial, pois sua participação se restringiu a atuar como uma espécie de relações públicas dos sequestradores, divulgando seu manifesto nos jornais e outros veículos de comunicação.
Após
1985, Fernando Gabeira passou a apoiar as causas dos direitos das minorias e do
meio ambiente.
Em 1986, Gabeira foi candidato ao governo do estado do Rio de Janeiro pelo Partido dos Trabalhadores (PT), tendo sido derrotado por Moreira Franco; em 1989 concorreu à Presidência da República já pelo Partido Verde (PV), obtendo 0,18% dos votos.
Em 1994, Gabeira é eleito deputado federal pelo PV fluminense, sendo reeleito em 1998. Em 2002, trocou o PV pelo PT, sendo novamente eleito. Após considerar inaceitável a conduta do partido no início do governo Lula,[10] em outubro de 2003 decidiu abandonar mais uma vez o PT, ficando algum tempo sem legenda.
Um ano e meio depois estouraria o Escândalo do Mensalão e Gabeira se filia novamente ao PV, para concorrer à reeleição em 2006 e foi o deputado federal mais votado do Rio de Janeiro com 293.057 votos.
Em 2008 Gabeira candidatou-se à prefeitura do Rio de Janeiro em uma aliança com o PSDB e o PPS. Ficou em segundo lugar no primeiro turno com 839 994 dos votos (25,61% dos válidos). No segundo turno, obteve 1 640 970 de votos (49,17% dos válidos) e perdeu por uma diferença de apenas 1,66% para Eduardo Paes.
Origem:
Wikipédia, a enciclopédia livre.
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